sexta-feira, 31 de julho de 2009

RELATÓRIO DA SÉTIMA OFICINA

RELATANDO E REPASSANDO FUNDAMENTOS TEÓRICOS ACERCA DA COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL
TEMA DA SÉTIMA OFICINA TEMÁTICA
Com o objetivo de refletir sobre a importância da coesão e da coerência no processo de produção de textos e em outras situações de uso da língua, foi realizada no dia 23 de julho do ano em curso, a sétima oficina temática do Gestar II.
O encontro foi sinalizado pelos seguintes pontos de chegada:
• caracterizar a coerência na inter-relação entre textos verbais e não verbais;
• verificar como se constrói a coerência nos textos;
• analisar como se estabelece a unidade de sentidos em um texto.
— identificar elementos lingüísticos responsáveis pela continuidade de sentidos em um texto;
— analisar mecanismos de coesão referencial;
— analisar mecanismos de coesão seqüencial.
Com uma metodologia mobilizadora, os cursistas iniciaram suas atividades a partir da produção oral de um texto que teve como condição para tal, a inserção de objetos apresentados pela coordenadora no percurso de suas narrativas, ou seja, ao iniciar a narração, o coordenador ia tirando de dentro de uma caixa, previamente organizada, objetos que iam entrando na história, sem, no entanto quebrar com a coerência da narrativa.
Num segundo momento, a produção foi desenvolvida a partir de um texto não verbal. Os cursistas produziram as falas dos personagens das tirinhas do ANEXO 1. Logo em seguida houve a socialização.
Passamos para o momento seguinte da pauta de estudos que foi a exposição teórica dialogada. Esse momento foi cortado por atividades práticas que contribuíram para uma melhor compreensão do cursista em torno do tema. Abaixo segue todo roteiro da exposição.
• A coerência está ligada à compreensão do sentido geral de um texto, isto é, à possibilidade de interpretação daquilo que se diz, escreve, ouve etc, aborda a relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos, envolve o conhecimento compartilhado entre os usuários da língua
• A coerência e o sentido não estão no texto, mas são processados na situação de interlocução, por isso, ao escrever, precisamos ter claro:
• Por que e para que eu estou escrevendo? quem é o meu leitor? em que suporte meu texto vai circular, em que condições vai ser lido?
• A coerência pode ser
• a) intratextual, aquela que diz respeito à compatibilidade, à adequação, à não contradição entre os enunciados do texto;
• b) extratextual, aquela que diz respeito à adequação entre o texto e uma “realidade” exterior a ele: o contexto, a situação de comunicação, o conhecimento de mundo, as regras do gênero.
• A coerência é um dos fatores de textualidade que permitem fazer de um amontoado de frases um texto. Mas ela não se prende exclusivamente a aspectos lingüísticos: é resultado da interação entre os interlocutores – autor e leitor – com o texto, e pelo texto numa dada situação sócio-comunicativa.
• A dimensão lingüística fornece “pistas” para que, na leitura, seja (re)construído um mundo textual, que pode ou não coincidir com a versão que se tenha do mundo real. A coerência pode estar ligada a uma interpretação e, por isso, depende, em grande parte, das inferências que o leitor seja capaz de fazer a partir das “pistas” textuais e de seu conhecimento do tema e do mundo.
• Por isso se diz que, para o estabelecimento da coerência textual, contribuem tanto fatores lingüísticos quanto aqueles ligados ao contexto situacional, os interlocutores em si, suas crenças e intenções comunicativas, além da função comunicativa do texto.
• Em suma, a situação sócio-comunicativa fornece critérios relevantes para as decisões sobre a coerência de um texto; e, como gêneros textuais são construções sócio-comunicativas, a coerência também depende do gênero de um texto.
Coesão textual
A coesão textual é um mecanismo lingüístico que articula as informações de um texto, relacionando sentenças com o que veio antes e com o que virá depois, no propósito comunicativo de, conjuntamente, tecer o texto.
Ou, dizendo de outro modo, coesão é um conjunto de recursos lingüísticos que orientam a construção da continuidade de sentidos. Por isso, é fator de textualidade solidário à coerência.
A coesão textual é responsável pela ligação das idéias nos textos. Termos lingüísticos que orientam como as informações devem ser organizadas são os elos ou laços coesivos, que compõem as cadeias coesivas.
A natureza gramatical de cada um desses elementos, os elos ou laços coesivos, é muito variada: podem ser simples morfemas, palavras, frases ou até orações inteiras; podem pertencer a diferentes classificações gramaticais. Podem se referir a outras palavras ou a conjuntos de idéias ou conceitos.
Observando os textos, é fácil perceber que em alguns casos temos textos de coesão bem organizada; em outros a coesão parece “mais frouxa”. Por isso, é importante reconhecer que a coesão não é uma condição necessária para que um texto seja um texto, embora isso não seja um caso muito comum. Quando temos poucas marcas de coesão – poucos elos coesivos – em um texto, nossa tendência é considerar a simples ordem das idéias como a seqüência em que deve ser (re)construído o mundo textual.
OFICINA – CONSTRUINDO UNIDADES DIDÁTICAS
— A SALA FOI DIVIDIDA EM GRUPOS PARA CONSTRUÇÃO DE UNIDADES DIDÁTICAS.
TEMA COESÃO TEXTUAL
OFICINA - TEMAS POR GRUPOS
• 1) A REFERÊNCIA diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua interpretação.
• Pode ser situacional (extratextual) ou textual
• Ex. O Presidente da República evitou a instalação da CPI da corrupção. Ele passou temor e insegurança.
• 2) A SUBSTITUIÇÃO é a colocação de um item lexical no lugar de outro(s) ou no de uma oração;
Ex.: Quando os mestres aceitam a mediocridade, os discípulos fazem o mesmo.
• 3) A ELIPSE consiste na omissão de um termo recuperável pelo contexto.
Ex. Tua decisão foi a mais acertada para o momento.
• 4) A CONJUNÇÃO é um recurso coesivo diferente dos anteriores porque depende das relações significativas estabelecidas entre orações, entre períodos ou entre parágrafos.
• Os principais elementos conjuntivos são as conjunções/locuções conjuntivas, os advérbios/locuções adverbiais, preposições/locuções prepositivas e itens continuativos (a seguir, por exemplo, daí, então etc).
• Ex.O futebol brasileiro não assusta mais ninguém e adversários mais fracos já nos vencem com certa facilidade. Apesar do quadro adverso, a torcida brasileira considera o nosso futebol o melhor do mundo
• 5)- Coesão por INTERLOCUÇÃO
• )-CADEIA COESIVA
• 7)-Coesão por JUSTAPOSIÇÃO (quando os elementos coesivos não estão explícitos e a ordenação das ideias é o elemento de coesão. Ex. A pesca, Circuito fechado)


DÊITICOS
• Dêiticos são elementos lingüísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso.
Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa
Resumindo
O fenômeno lingüístico de coesão seqüencial estabelece relações de encadeamento entre as partes do texto, produzindo a progressão temática.
Além de ligar as idéias ou informações, os elementos da coesão seqüencial provocam expectativas de continuidade de sentidos no texto e instruem o leitor/ ouvinte sobre como devem ser interpretados esses sentidos.
Elementos lingüísticos cujo papel semântico é predominantemente de ligação, como preposições e conjunções, além dos advérbios, são os mais geralmente empregados nestes modos de estabelecer coesão.
Mas, na falta deles, a mera ordenação de idéias (a justaposição), a reiteração (repetição) e a escolha de vocábulos semanticamente relacionados também podem exercer a função de dar progressividade ao texto.
A coesão e a coerência na construção dos sentidos do texto
— Enquanto a coerência se constrói na relação entre o texto e seu contexto, a coesão se constrói na inter-relação entre as partes do texto, fazendo dele um todo significativo. Por isso a coesão é solidária à coerência
— Para construir ambos os processos, a situação sócio-comunicativa e o gênero textual são determinantes .
— Estudar os dois processos separadamente é apenas uma estrategia didática, mas na produção de um texto,
Os mecanismos de construção de coerência e coesão funcionam juntos e solidariamente tecem o texto.
AVALIAÇÃO DO ENCONTRO
Segundo os cursistas a prática de sala de aula hoje já faz a diferença. O encontro sobre coesão e coerência contribuiu para um melhor aprofundamento sobre o tema. Os exemplos e as dinâmicas foram inovadoras. Segundo a turma: agora é só aplicar...chegar na ponta (no aluno).
Obs. Apesar da greve houve uma grande adesão ao encontro

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